quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Intimidade intimida ou "em ti me dá"?

A intimidade é a parte mais profunda de um relacionamento. É através dela que se conhece alguém e se é conhecido. Uma série de manias, de pequenos defeitos são revelados em uma situação íntima. Intimidade não está ligada apenas com o corpo (muito embora é nele que se mantém as mais estreitas relações íntimas), mas também está ligada com um conjunto de características, pensamentos, pequenas coisinhas que faz sentir que o outro te tem na mão. É por esta razão que muitos se sentem intimidados com a possibilidade de ser íntimo, especialmente após importantes decepções das mais diversas espécies.
Ser íntimo é se revelar, fazer parte, dividir, se colocar na mão de outro, ter angústias de ser correspondido, aprender a confiar. Há muitos relacionamentos (não importa de qual qualidade seja: amoroso, amizade, trabalho) nos quais não há intimidade, espaço para brincar compartilhado, para conhecer. Se é verdade que é preciso ter cuidado para saber de quem se pode ser íntimo, por outro lado, a desconfiança em excesso faz com que a intimidade não aconteça e com isto, se perde a riqueza dos relacionamentos e recheia o famoso vazio.
Intimidade intimida? Sim, com certeza, mas como saber o que "em ti me dá"? Que parte do outro está disponível? Qual parte me enriquece? Qual é o nível da troca?
Há um fato do qual tenho certeza através da minha experiência clínica: uma boa relação íntima com alguém de confiança e que sinta o mesmo, é o tipo de relação mais digna e que mais preenche. Não é necessário volume de relações e sim boa qualidade nelas. E você, é íntimo de alguém? Se não, experimenta! Se não conseguir, quem sabe não é a hora de um bom tratamento?

Renata Helena Vasques Kulpa

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