quinta-feira, 30 de abril de 2009

Quando o corpo fala...

O corpo e a mente são uma unidade, partes funcionais de uma mesma célula. Cada um deles têm o seu modo operacional distinto, mas são regidos por uma única inteligência inconsciente. Você não acredita? Em psicoterapia este evento é muito comum. Não é raro muitas vezes uma pessoa entrar na sessão de terapia com uma dor de cabeça, tratar um assunto extremamente tenso e sair sem dor. As emoções que não podem ser contidas pela nossa razão, se expressam muito através do corpo também.
As doenças psicossomáticas afetam um grande número de pessoas no mundo e em número crescente através do estresse, do cotidiano e de conflitos psíquicos das mais diversas ordens. Freud iniciou seus estudos com Charcot a respeito da histeria, ou seja, emoções contidas transformadas em sintomas corporais. Os seguidores da psicanálise também reforçaram esta importância: Melanie Klein, Winnicott (que era pediatra) e tantos outros. Outras teorias psicológicas também estudaram estes fenômenos e os achados confluem: corpo e mente são indissociáveis.
Doenças de pele, dores musculares, obesidade, cirurgia do estômago... Tantas manifestações que representam uma parte de problemas que se alojam no corpo como expressão, como marca de situações internas que necessitam ser resolvidas. A solução é cuidar destas manifestações de todas as formas possíveis: tratamentos médicos, alternativos como acupuntura, homeopatia, quiropraxia, homeopatia e também cuidar da saúde mental. Esta, não pode ser negligenciada devido a sua importância.
Trabalhando com emoções há tantos anos, tanto com crianças e adolescentes (que manifestam-se muito mais através do corpo porque ainda não adquiriram linguagem), quanto com adultos, percebe-se a importância de comunicar os sofrimentos, de acolher as angústias e através disto buscar uma nova forma de relacionar-se com o mundo, a família, os amigos, o trabalho. A doença de hoje pode ser a porta de entrada para uma nova qualidade de vida. Logo, não há como desvalorizar a dor e os sintomas emocionais catagorizados no senso comum como "frescuras". É importante dar vazão para os sentimentos e compreendê-los. A psicoterapia auxilia a integrar estas partes obscuras dos sentimentos e torná-las novas ferramentas para relacionamentos mais saudáveis. Conhecer-se é preciso.
Também é importante lembrar que o corpo é a mediação da pessoa com o mundo externo. Através dos movimentos se expressa, sente, troca, vivencia a energia psíquica que vem de dentro e os estímulos e respostas do mundo. Corpo também é identidade, auto-estima, capacidade. Mente sem corpo não existe, corpo sem mente é detonação (principalmente em sitomas onde a pessoa fere seu corpo ou se expõe). Como não cuidar das emoções que o afetam? Um corpo com mobilidade, bonito, saudável, inteiro faz sentir melhor. Uma mente saudável, que sabe o que é de sua competência ( sua vida, suas questões, seu cuidado, seu crescimento) e o que não é (cuidar apenas da vida dos outros, misturar-se viver centrado esperando que os outros melhorem) também sabe articular soluções compartilhadas, saudáveis e eficazes, onde quer que esteja.
Cuidar é cuidar de si acima de tudo. Quem sabe realmente se cuidar, cuida dos outros adequadamente, do seu trabalho, de seus relacionamentos - sem sufocar, fofocar, estragar ou sofrer. O fato é que ninguém quer sentir dor, seja esta física ou psíquica. Cuide si.

2 comentários:

  1. Excelente Renata! Então a velha frase "somos o que pensamos" tem alguma verdade, e nem tudo está na ponta do iceberg, talvez se autoconhecer seja um desafio que tem que ser encarado diariamente. Parabéns pelo blog e por compartilhar. : *

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  2. Obrigada Doug... Se quiseres comentar mais, seria uma prazer publicar aqui no meu blog, um abraço: Renata

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